quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Berimbau, a arma da feminilidade das mulheres Bantu.

Após uma terrível batalha, a deusa protetora transformou o arco do guerreiro no primeiro instrumento musical da tribo, para que a música e a paz substituíssem as armas e guerras para sempre.''



Existe um facto que goza de certa autoridade, sendo que, quando se pesquisa sobre o berimbau africano, seja ele de que nome, origem, ou tamanho for, é impossível ignorar que o gênero feminino desempenha um papel extremamente considerável em relação aos arcos musicais.
A popularidade do berimbau cresceu transversalmente da arte afro-brasileira mais conhecida por capoeira. A capoeira, até certo ponto, era de acesso restrito a um ambiente masculino. Significantemente, as portas foram abertas para o sexo oposto e já se conquistou bastante espaço por meios de dedicação e empenho.

Porém, as mulheres na esfera capoerística ainda se encontram vítimas de regras discriminatórias, consideradas pela comunidade como tradição. Regras essas que não as permite tocar o berimbau e, em certos momentos, não poder participar durante a roda.

A mulher africana, apesar de viver em constantes normas estritas e rigorosas entre elas, sendo as responsabilidades matriarcas, no último centenário foi a que mais fortificou a presença, e a popularização do berimbau africano na plateia continental e internacional.

Através do som melódico e hipnotizante do instrumento de uma corda só, orgulhosamente canta-se cantigas de centenas de anos atrás, transmitidas pelos seus antepassados.

Canções que contam estórias das glórias dos seus povos, sobre a felicidade, a tristeza, o amor, o ódio, a paixão, a traição, as desventuras de casamentos e cantigas infantis.

Não somente a mulher é tradicionalmente considerada a base da família, mas também compõecanta e constrói os próprios instrumentos que toca.

Cito duas personalidades da música tradicional Bantu-Nguni e herdeiras da tradição de tocadoras de arcos musicais, como a Princesa Zulu Constance Magogo e a Dona Madosini Mpahleni, que hoje em dia goza de noventa anos de idade.

Com esta chamada, conto com mais reconhecimento e consideração para com as mulheres, não somente na capoeira mas também no berimbau e outros instrumentos musicais.




Fonte: Portal Capoeira

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